quarta-feira, 4 de abril de 2018

Dicas para produção de materiais gráficos

1) Revisão: Faça uma boa revisão no texto, ou peça para alguém, que domine o português, fazê-la. Preste atenção nos números: telefones, por exemplo. É muito fácil errar números. Cuide para que haja uma unificação nos detalhes. Por exemplo: às vezes escrevemos um número de telefone desta forma: 3333-4455 (com hífen), e em outro local do texto, assim: 3333.4455 (com ponto). As datas também. Algumas vezes escrevemos com ponto (03.04.2018) e em outras com barra (03/04/2018). Então, é importante que se faça uma única opção em todo o texto, para haver uma unidade. Não confie totalmente no corretor ortográfico do seu programa de computador!

2) Hifenização: Ainda no campo da revisão, é importante verificar a separação de sílabas ao final das frases. Nem sempre o programa editor de texto consegue hifenizar na posição correta. Então, é bom revisar todo o texto para ver se tudo está correto e se não aparecem separações muito estranhas!

3) Linhas “viúvas”: Aquela linha que fica sozinha, isolada do resto do parágrafo, ou no pé da página ou no início da página seguinte. Há profissionais que aceitam como normal a linha que fica no pé da página. Mas a que inicia uma nova página deve ser evitada sempre. A mesma coisa com os títulos. Nunca permita que um título fique sozinho numa página, separado do parágrafo seguinte. O título faz parte do texto que o segue, nunca ao texto anterior a ele.

4) Nomes próprios: Tenha uma atenção especial com relação aos nomes das pessoas. Ninguém gosta de ler o seu nome de forma incorreta. Faça uma boa pesquisa antes ou, se precisar, ligue para a pessoa para confirmar a grafia. Nomes de locais também. Se não tiver certeza de como se escreve, pesquise em uma fonte confiável.

5) O tipo de letra: Lembre-se que o importante do texto é ser legível. Pensando assim, esqueça aquela fonte rebuscada que parece ser muito bonita mas não oferece nenhuma clareza de informação. Os especialistas afirmam que um texto bom de se ler, menos cansativo, é aquele composto por uma fonte serifada (serifa são aquelas hastes que aparecem no final do desenho de cada letra, como por exemplo, na Times New Roman – veja, por exemplo, a letra T e perceba aqueles tracinhos que pendem de cada extremidade do traço horizontal). Uma fonte como a Arial, por exemplo, não tem serifa. Ela seria mais indicada para títulos. Nesta hora de escolher o tipo de letra, pense nesta frase: “É para ler, ou é para ver?”.

6) O tamanho das letras: Tenha em mente qual será o público-alvo que irá ler o seu material impresso. Segundo o IBGE, mais de 35 milhões de pessoas (19%) da população sofre algum problema de visão. Por isso não use letras muito pequenas. Use o tamanho 12 no mínimo. Se o texto for direcionado para pessoas mais idosas, use no mínimo a fonte 14.

7) Espaço em branco: Nunca pense que espaço em branco é espaço desperdiçado, perdido. O espaço em branco também faz parte do layout da página. Ele às vezes ajuda a destacar alguma informação muito importante no texto. Texto muito apertado, página muito cheia de informações, podem gerar uma certa confusão no leitor. Imagine uma página em branco, de sua publicação, com uma frase bíblica no centro, com letras não muito grandes (texto normal). Por exemplo: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10,10). Sinta como este recurso visual dá um interessante destaque para a força e o significado desta frase! Um bom exemplo da funcionalidade do espaço em branco é a página inicial do site de busca do Google. Toda em branco, simplesmente com a logomarca da empresa e a caixinha para digitar a palavra da pesquisa… Mais nada. E é extremamente funcional, pois é apenas isso que se quer quando entramos na página de busca.

8) Margens estreitas: Procure evitar margens muito estreitas. Às vezes, por economia, diminuímos bastante as margens, até a medida limite. Por exemplo, cinco milímetros! Além de deixar suas páginas esteticamente feias, não é nada prático quando seguramos o material (livreto, livro…) com as mãos, acabando por tapar o texto com nossos polegares!

9) Mande o arquivo em PDF para a gráfica: Quando enviamos um arquivo do Word para um outro computador, às vezes podem ocorrer diversos problemas, como a falta de uma fonte, a perda da formatação, uma linha que pulou para a outra página etc. Assim, quando for enviar para a gráfica um arquivo de um material já diagramado, prefira o formato PDF, com a opção de incluir as fontes no arquivo! A não ser que o trabalho de diagramação seja feito pelo pessoal da gráfica. Aí sim, você precisará enviá-lo em Word, cuidando para enviar as imagens, fotos… em arquivos separados!

10) Imagens: Falar em imagens, figuras, fotos… em publicações é um assunto bastante polêmico. Isto por causa dos direitos autorais. Hoje em dia há uma tendência muito grande de usarmos imagens tiradas da internet. Basta uma busca rápida no Google e pronto! Já temos a nossa bonita imagem. Tenha em mente que todas estas imagens podem ter o direito de uso reservado a alguma pessoa ou empresa. A não ser que sejam imagens de domínio público, como aquelas tiradas de livros antigos, de pinturas famosas etc. Outra coisa referente às imagens é a qualidade delas. O padrão para impressão gráfica é que as imagens tenham uma resolução de 300 dpi (pontos por polegada). A maioria das imagens baixadas da internet tem uma resolução de 72 dpi, que é a qualidade usada para visualização apenas na tela. Assim, quando você for pesquisar alguma imagem no Google, prefira a opção de escolher apenas as imagens grandes. Na página onde você está buscando a imagem, no Google, vá em “Ferramentas – Tamanho – Grande”.

11) Uso do escâner para digitalizar imagens: Da mesma forma como falamos acima, ao usar um escâner para digitalizar uma imagem, prefira sempre a resolução de 300 dpi (todo escâner oferece a opção de configurar a resolução da imagem).

12) Livreto com muitas páginas: Se a sua publicação tiver muitas páginas, por exemplo, acima de 80, não fica muito bom usar-se grampo na encadernação. Deve-se usar uma outra forma, como por exemplo, a costura ou colagem. Apesar de ser um pouco mais caro, o acabamento com costura é bem superior e evita que as páginas se descolem do livro, principalmente se o abrirmos num ângulo muito grande (mais de 180 graus). Lembre-se que se o livreto for muito grosso, ele precisará ter uma lombada (aquela parte do livro que fica visível quando ele está numa estante). Desta forma, a lombada deve ser prevista na hora de criar a capa, pois as informações como autor e título geralmente aparecem neste local da capa. Isto é importante pois estas inscrições (nome do autor, por exemplo) geralmente determinam a posição (ou ordem) de um livro na estante.

13) Tamanho do papel: Um dos primeiros passos na publicação é definir o tamanho do papel de nosso livro ou livreto. Saiba que dependendo do tamanho do papel escolhido, o impresso poderá ficar mais ou menos caro. Como as gráficas trabalham com folhas enormes de papel (elas imprimem várias páginas nesta folha e depois cortam, formando os cadernos do livro), elas sempre preferem um bom aproveitamento do mesmo, evitando o desperdício das sobras. Então, o conselho, é que se converse antes com o pessoal da gráfica, perguntando qual o tamanho ideal para o seu material. Por exemplo: tamanho A5, tamanho A4, 14 cm x 21 cm (este tamanho aproveita bem o tamanho do papel).

14) Na hora do orçamento: Ao se fazer um orçamento com a gráfica é muito importante uma boa comunicação entre esta e o cliente. Isto para evitar aborrecimentos no futuro. As principais informações que a gráfica precisa são: a) Tamanho do livro fechado (largura x altura, em centímetros); b) Quantidade de páginas; c) Tipo de papel a ser usado no miolo e na capa. Por exemplo: papel sulfite (ou offset, como se fala na linguagem gráfica), 75 gramas; papel pólen (aquele amarelinho) 120 gramas; papel reciclato (aquele que imita um papel reciclado), 90 gramas; papel cartão 120 gramas; papel supremo 250 gramas; papel triplex 280 gramas; papel glossy 240 gramas (estes três últimos muito utilizados para capas de livros); papel couché, etc…; d) Detalhes sobre a capa: cores, se terá orelhas, se o papel será fosco ou brilhante, se terá algum efeito especial, como aplicação de verniz, texto em relevo, etc.; e) Cores do miolo (se somente preto = uma cor, ou mais cores…); f) Se terá ilustrações, fotos… e se serão coloridas ou em preto e branco…; g) Número de exemplares a ser impresso; h) tipo de acabamento: se vai ser costurado, colado, grampeado...; i) Prazo e local para entrega; j) Forma de pagamento.

15) Numeração das páginas: Nunca esquecer de numerar as páginas. O número deve ficar sempre nas margens externas, para ficar bem visível e facilitar a sua localização. É aceitável centralizar o número na página, mas nunca colocar nas margens internas da publicação.

16) Papel branco ou amarelo-claro: O papel branco ofusca o olho, causando um desconforto na leitura, principalmente aquela que se faz à noite, com luz artificial. Além disso, aumenta o contraste entre o texto e o fundo claro, favorecendo o cansaço e a irritabilidade visual do leitor.

17) Use o programa adequado: Para cada tarefa que se quer fazer com o computador existe um programa adequado. Por exemplo: não escreveremos um longo texto usando o Excel. Claro que o texto será feito num editor específico, criado para este fim: o Word ou o LibreOffice. Já uma planilha de cálculos, esta sim, será feita no Excel… Desta forma, na área do Design Gráfico, qualquer publicação precisa ser feita num programa próprio para esta finalidade. Um padrão internacional determina que os melhores programas para editoração gráfica são, hoje, o Adobe InDesign (para diagramação de livros, revistas…), o Adobe Illustrator (para desenhos e gráficos), e o Adobe Photoshop (para manipulação de imagens e pintura digital). O CorelDraw (ilustrações vetoriais) também é bastante utilizado. Quando enviamos um texto do Word, mesmo que formatado, para a gráfica, as equipes de trabalho terão de refazer o serviço usando o programa adequado. É que as gráficas precisam de detalhes como, por exemplo, as marcas de corte (marcas que ficam nos cantos da página, indicando onde o papel deve ser cortado por equipamentos como a guilhotina). O Word não oferece este recurso, pois ele é apenas um editor de texto.

18) Pense em contratar um profissional da área: Principalmente se a publicação a ser impressa tem uma certa importância, avalie a possibilidade de passar o seu material para um profissional da área (Designer Gráfico). Os materiais mais comuns, aqueles que serão distribuídos para comunicar algum evento, dar alguns “avisos paroquiais”, talvez não precise da assistência de um profissional mais qualificado. Mas um livro contando a história da paróquia, ou de alguma personalidade famosa, ou ainda, uma agenda ou cronograma, que ficará o ano todo nas mãos das equipes de trabalho, ou um cartaz de uma Festa muito tradicional e famosa, estes sim, merecem uma atenção mais especial. A vantagem de ter o seu material gráfico produzido por um especialista é que este usará os seus conhecimentos e experiência para produzir um material melhor, mais bonito e mais eficiente. Um bom profissional deve ter um conhecimento, pelo menos básico, em: Comunicação com o Cliente (Briefing); História da Arte; História do Design Gráfico; Métodos de composição (Lei dos Terços, Seção Áurea); Teoria das Cores; Princípios e Elementos do Design Gráfico; Semiótica; Desenho Técnico e Artístico; Domínio de Programas Específicos (InDesign, Illustrator, Photoshop, CorelDraw…); Fechamento de Arquivos para Impressão Gráfica; entre outros.

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